Cristina Magalhães
Meus queridos leitores e minhas queridas leitoras
Em dias de guardanapos parisienses e dançantes, de corruptos calados frente a uma nação; em dias de governadores desgovernados e de um povo à deriva de sua própria sorte, lutando desesperadamente para não se deixar banhar por essa maldita lama da corrupção e da falta de ética e da deformação moral, onde os exemplos que nossos filhos tem vão longe dos que desejaríamos, como meio de construção de sua dignidade, é preciso crer.
É preciso crer em nossa própria capacidade transformadora; é preciso que nos neguemos a responder indignidade e imoralidade com conformismo e omissão. Não somos isso que querem que acreditemos que somos: alienados, submissos, apáticos. A resposta que precisamos ( e daremos!) está na insistência! Na insistência em acreditar em nossa própria capacidade de construir uma sociedade mais justa e moralmente digna, onde não compactuar com a miséria não signifique obrigatoriamente um meio qualquer e desonesto para extirpá-la.
Não pode ser vergonhoso que abracemos heroicamente a defesa das necessidades básicas de um povo, que como tal, deve começar pela honradez e pelo orgulho da sua própria nacionalidade. Antes que expurguem nossa honrosa cidadania, construída todos os dias dentro dos trens, ônibus e metrôs abarrotados por mãos e braços depois de um exaustivo dia de trabalho ( afinal, tudo isso que temos aí foi construído por quem ,mesmo?!) que lembremos, a nós mesmo e a todos, que, ao contrário do que possam pensar e querer nos convencer, somos , sim, gente de caráter que preza o respeito e a honestidade, mesmo que alguns se esqueçam convenientemente disso.
Em dias de escuridão... é preciso ser vaga lume!