segunda-feira, 21 de maio de 2012
E LÁ VAMOS NÓS PARA A RIO + 20
Por: Cristina Magalhães
Para quem ainda não sabe, a RIO +20 é uma conferência promovida pelas Nações Unidas para se discutir Desenvolvimento Sustentável. E desenvolvimento sustentável, tão badalado por aí e de tão pouco domínio público real, se refere a usufruirmos da natureza e nela intervirmos com a consciência de que é preciso preservá-la (≠ de conservação, pura e simples, onde não se deve interferir de forma alguma, impossível para o ser humano...) para as gerações futuras. E alguns eventos também acontecerão para a participação popular e não apenas os chefes de estado.
Ontem, impulsionada pela conferência, ocorreu a instalação da The Rio Climate Challenge - Rio Clima, no Palácio da Cidade, que segundo dizem e se espera, propiciará ao Rio de Janeiro a manutenção do status de cidade , como referência internacional nas questões ambientais, pretensamente conquistado na Rio 92.
Pretensamente porque, DE FATO, muito pouca coisa mudou de lá pra cá, no campo das políticas de preservação ambiental.
Mas o que isso tem a ver conosco? TUDO. Preservar o ambiente é uma questão de saúde: quando se tem água encanada e bem tratada e esgoto não sendo lançado in natura, nos canais e lagoas, é sinônimo de saúde. Portanto, falar de ambiente, é falar da preservação do ser humano. E o mais ridículo disso tudo é ver a administração municipal chamando de “Cidade Verde” um Rio em que ela própria, a prefeitura - construindo a Transcarioca com aterramento de lagoa e não respeitando os 200 m de marginamento do espelho d’água, crime previsto em lei ambiental; amordaçando seus funcionários da secretaria de ambiente para não fazer o que devem, a fim de que possam construir onde e como querem; com a previsão absurda de se construir um campo de golfe ( absolutamente popular, esse esporte por aqui, não é mesmo?!) em plena reserva, em troca de um novo amontoado de prédios, com gabarito alterado “na marra” para atender aos interesses das grandes empresas de construção civil – dá exemplos de tudo, menos de preservação ambiental.
A sustentabilidade só tem sentido quando voltada para o ser humano de hoje E DE AMANHÃ. Qualquer outra coisa diferente é conversa fiada e campanha eleitoral antecipada, base para ambições políticas personalistas futuras.
Rio, 21 de maio de 2012