Enquanto nossa sociedade viver da hipocrisia e não permitir uma
severidade condizente com o crime praticado, viveremos nessa eterna
guerrilha urbana, como aconteceu em São Conrado, onde bandidos
fortemente armados, após trocarem tiros com a polícia, invadiram um
hotel de luxo em plena luz do dia. O traficante sobrevive porque o
usuário existe. Não podemos esquecer que a vítima dos viciados é a
sociedade, e não o meliante sanguinário que se impõe pelo terror.
Temos que exigir penas severas para os consumidores de drogas presos
em flagrante, independente da quantidade encontrada em seu poder e da
classe social em que vive. Sabemos que a grande maioria dos usuários
que sustentam a compra do armamento bélico portado pelo tráfico é da
classe média alta, portanto devem ser punidos com mais rigor, até
porque dispõe de cultura privilegiada, o que já não acontece com os
usuários favelados. Quanto mais elevado o grau de instrução, maior o
tempo de prisão. A pena para quem compra drogas deve ser igual à de
quem vende.
Deborah Farah
Jornalista