* Guilhermina Coimbra
A diplomacia brasileira conseguiu, até, o impossível, porque, conseguiu que o Iran aceitasse um acordo bastante favorável aos interesses contrários aos dele/Iran. Conseguiu que ele consentisse em exportar urãnio com um mínimo de valor agregado (pouco valor) e depois toneladas de urânio in natura para ser beneficiado fora do território iraniano e vendido com o valor agregado inclusive para o próprio Iran (alto preço) .
A questão é puramente comercial, de concorrência desleal em mercado relevante.
A ONU ultimamente tem tido o objetivo de desunir as Nações, de acordo com os interesses dos Membros do Conselho, o qual, por sua vez, têm o objetivo explícito de dar às industrias nucleares deles, a certeza necessária de que podem trabalhar em paz, porque, jamais terão concorrentes no mercado internacional nuclear, face aos tratados e protocolos internaionais que forçam os concorrentes a assinarem, comprometendo-os a serem eternos compradores de tecnologia, de urânio enriquecido etc., e a paralisar as respectivas pesquisas tecnológicas.
O raciocínio é por aí, então é tese nossa, não: foi escrito em francês, em um dos "Proceedings"/Anais de Congresso Internacional de Direito Nuclear, como contribuição de advogada da indústria nuclear, agradecida pela paz de espírito com que a empresa, a qual ela representava, trabalhava, graças ao...tchan, tchan, tchan...ao Tratado de Nao-Proliferação/TNP (ao qual, a bem da verdade, deve ser acrescido o C de Concorrentes).
Que se quebre o conluio do silêncio.
Que não disfarcem esses conhecimentos elementares, os quais saltam aos olhos de tão óbvios.
Que não se esqueçam que população bem informada é o maior escudo de todo governante bem intencionado.
É o que podemos desejar e esperar, com todo o humor possível, ao ver como se esforçam, em justificar o injustificável.
Guilhermina Coimbra é Membro das Comissões Permanentes de Direito Constitucional, Internacional e Ambiental/IAB/Membro do Conselho da FIA-IABA.
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