
Apesar do BRT ter sua origem baseada em ônibus, tem pouco em comum com os sistemas tradicionais de ônibus. Na maioria dos BRT implantados com sucesso, as seguintes características estão presentes:
- corredores exclusivos ou preferência para a circulação do transporte coletivo;
- embarques e desembarques rápidos, através de plataformas elevadas no mesmo nível dos veículos;
-sistema de pré-pagamento de tarifa;
- veículos de alta capacidade, modernos e com tecnologias mais limpas;
- transferência entre rotas sem incidência de custo;
- integração modal em estações e terminais;
- programação e controle rigorosos da operação;
- sinalização e informação ao usuário.
Com mais de 160 sistemas operando atualmente ou em construção, os sistemas BRT têm se tornado a melhor escolha para melhorar a mobilidade urbana em 23 países dos cinco continentes. BRT é um conceito flexível, que pode ser configurado especialmente para o mercado a que serve e ao ambiente físico onde opera.
Os sistemas BRT têm demonstrado potencial para reduzir drasticamente as emissões de CO2 - um exemplo recente do seu impacto na mudança do clima foi o primeiro corredor do Metrobús (sistema BRT da Cidade do México), que está reduzindo 35.000 toneladas de CO2 por ano, ao mesmo tempo em que melhora a mobilidade de 77 milhões de passageiros. Este sistema BRT foi concebido e implementado para servir pelo menos 45 mil passageiros por hora.
O grande defensor do BRT é o arquiteto Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, que, em 1965, implantou esse sistema em Curitiba, revolucionário e pioneiro na época.
Segundo Lerner, o BRT é um sistema de transporte rápido sobre pneus, composto por estações tubulares, veículos articulados refrigerados, pistas de rolamento exclusivas e segregadas e tecnologias modernas de comunicação, além de possuir características semelhantes aos metrôs, como freqüência elevada, embarque pré-pago e no mesmo nível do veículo e integração com outros modos de transporte.
Por isso, alguns gostam de chamar o BRT de metrô de superfície. Lerner afirma que o investimento para a implantação de um sistema de BRT pode custar, por quilômetro, cerca de 100 vezes mais barato que o metrô, além de requerer apenas dois anos para ser concluído, contra os muitos e muitos anos dos metrôs.
Outra vantagem competitiva do BRT é o fato de não necessitar de subsídios públicos para sua operação, ao contrário dos metrôs. O desempenho do BRT pode ser comparado ao do metrô, visto que os intervalos entre ônibus podem variar de 30 a 60 segundos.
Atualmente, no mundo, existem mais de 80 cidades com sistemas de BRT implantados, inspirados em Curitiba, entre elas Los Angeles, Cidade do México, Seul e Bogotá.O alvo atual de Lerner é a Cidade Maravilhosa, que vem registrando gravíssimos problemas de mobilidade urbana, em virtude da histórica falta de investimentos governamentais em transporte público de massa. Ele tem razão, pois a população carioca vem utilizando e preferindo as vans e kombis para seus deslocamentos, exclusivamente pela falta de opção de um serviço de transporte público competente, integrado e mais humano