sexta-feira, 8 de maio de 2009

Gripe suína

Não existem medicamentos novos contra a gripe suína
Especialista afirma que a doença pode não ser pior que os surtos “convencionais”, e que não existem remédios especializados para preveni-la.
Leandro Neves

Segundo a médica Marianne Monteiro, do setor de doenças infecto-parasitárias do Hospital Universitário Pedro Hernesto (HUPE), não há nenhum medicamento confirmado contra a doença. “A Anvisa (Agência Brasileira de Vigilância Sanitária),autorizou na última terça-feira a fabricação de vacina contra a nova gripe”, afirma ela.

Conforme consta no site da Anvisa, os laboratórios que desejam produzir a vacina devem cumprir com alguns pré-requisitos. Eles têm de possuir registro de vacina influenza sazonal, a produção deverá ser feita em plantas fabris autorizadas e os laboratórios deverão utilizar o vírus Influenza A (H1N1), liberado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), entre outras exigências. O único laboratório público que cumpre todas elas é o do Instituto Butantã, em São Paulo, de acordo com a Anvisa. Porém, não foi informado um prazo para a imunização ficar pronta.

Por enquanto, de acordo com Marianne Monteiro, algumas medidas médicas estão sendo tomadas, mas nenhuma delas têm sua eficácia contra o vírus confirmada. “Há pouca evidência de que a vacina contra a gripe, por exemplo, distribuída pelo Ministério da Saúde e aplicada agora na campanha do idoso, seja eficaz para nos defender contra essa nova versão do vírus H1N1. Mas é importante tomá-la”, diz a médica do HUPE. Ela afirma que, apesar de se falar muito que a nova gripe é mais perigosa que as gripes sazonais, ninguém sabe a real condição ou gravidade da nova versão do vírus.

A falta de informações precisas, segundo Marianne, gera incertezas sobre as manifestações da gripe A. “A gripe comum afeta mais idosos e crianças, e o fato de existir um maior número de jovens contaminados com o Influenza A ainda carece de explicações científicas” afirma ela, e acrescenta: “Os jovens estão sendo mais atingidos talvez porque viagem muito, enquanto os idosos costumam ficar mais em casa”. Concluindo, Marianne afirma: “O grande número de mortes no México, frente à quantidade de óbitos registrada nos Estados Unidos, pode ser explicado por fatores locais –– como o próprio atendimento hospitalar”.

Fonte: Agencia UREJ de Notícias